por Simone Costa
Nos dias de hoje existem pessoas que repetem histórias, fazem os mesmos dramas, atraem as mesmas situações e tipos de personalidades para suas vidas. Com o decorrer do tempo este ciclo acaba tornando-se vicioso. Se perdem em si mesmo e nas loucuras que se colocam e se propõe a viver. É muito mais cômodo ficar estacionado e colocar-se em posição de vítima do que criar o seu próprio ciclo de harmonia, progresso e paz na consciência. Alguns resistem e dizem que é difícil se libertar dele, mas no fundo isso é o medo do novo e da responsabilidade que a maturidade traz.
Algumas dessas pessoas não conseguem refletir e outras não possuem nem forças para que essa reflexão venha a tona na sua percepção. Para que mudar se a mesma pode continuar assim? Pois sabe que tem pessoas que “cuidam dela”.
Infelizmente existem sim pessoas que entram nesse ciclo para serem usadas como muletas. Mas a culpa não é da pessoa que se deixou levar por essa situação e sim da que se permitiu entrar nessa história, ou seja, neste ciclo negativo. Geralmente essas pessoas que se permitem a isso já usaram em algum momento o outro como muleta, e se esta situação esta acontecendo novamente é porque não trabalhou essa questão da maneira correta e não a colocou no seu passado. Por isso ela puxa essa energia e o outro faz o mesmo com ela.
A origem deste ciclo
É importante entender, de onde surge esse ciclo e o porque caímos dentro dele com facilidade em um piscar de olhos. Os pais tem responsabilidade por essa questão. Eles criam objetivos de vidas e tentam alcançá-los, mas no decorrer do tempo nem sempre é possível. Mães que sonharam em seguir com uma profissão que se identificavam, pai que tentou ser eles mesmo e por alguma razão se moldou a família. São pequenas coisas que carregam consigo e quando casam, projetam diretamente no filho idealizado. A criança mesmo antes de nascer já sente a pressão. O tempo todo os pais comentam: "Meu filho(a) vai ser médico"; "vai torcer para o meu time"; "não vai namorar tão cedo"; "não vai ficar até tarde fora de casa" e assim vai. Ao nascer o bebê sofre um choque, ele sai do aconchego do útero e respira um mundo desconhecido que para ele é assustador. Ele sofre as primeiras invasões dos médicos e enfermeiras desentupindo o seu nariz, cortando o vínculo interno (cordão umbilical) e após isso consegue se acalmar um pouco nos braços de sua mãe. Nos primeiros meses de vida o bebê não sabe que tem uma mãe, apenas sente um novo aconchego. O mesmo passa por um processo de onipotência. Significa que tudo que a mãe lhe dá ele acha que aquilo é fruto de sua imaginação. Por exemplo: o bebê sente fome e chora imediatadamente a mãe já sabe discriminar o choro e da afeto a ele (alimento). Aquele alimento ele acha que é fruto de sua imaginação. Esta é a fase que ele vive um momento narcísico e não sabe que existe um outro (a mãe). Conforme os anos de vida da criança passam, maiores são as expectativas dos pais em cima. A criança vai construindo sua personalidade com dificuldade, pois esta personalidade é moldada pelos pais e não por ela mesma. Passa a adolescência e chega a vida adulta. Na fase adulta começam os problemas não resolvidas na infância. A evolução das fases foram todas moldadas pelos pais sem ter deixado o filho se sentir livre para fazer o que sentia vontade e lhe dava prazer, a sua energia já esta dominada pelos pais, por isso ela acabou vivendo a vida que os pais não viveram. A forma que os pais não puderam viver eles querem que os filhos vivam, mas de uma forma prisioneira e sob o controle deles, por isso muitas mães ficam desequilibradas quando os filham chegam tarde em casa, não obedecem, elas falam palavrões e sentem raiva. Mas todo esse sofrimento não é em relação ao filho e sim em relação a ela mesma por não ter vivido esta fase de liberdade. Esse processo inconsciente pode ser trabalhado em terapia, pois a percepção no meio familiar é confusa e fica difícil o discernimento de mudanças positivas para solucionar os comportamentos. Esta luta inconstante nada mais é do que os filhos tentando ser eles mesmos, porém existe a parte negativista e a falta da visão mais abrangente e perceptiva dos pais, que sem perceberem os puxam para continuar aprisionados e moldados. Nesse momento ocorre a repetição que faz parte deste ciclo. A mesma falta de visão que os pais sofreram, inconscientemente é repetida em cima dos seus futuros filhos.
Um comentário:
é incrível como seus textos têm sempre a ver com temas da minha atualidade! obrigado por fazer esse atendimento online! além de amiga, é uma ótima profissional, consegue ser bem clara, objetiva e me esclarece muita coisa, te admiro! saudades querida, grande beijo! ;)
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