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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Auto-abandono



por Simone Costa

Devido ao mundo em que se vive hoje, os índices de abandono interno estão acontecendo com enorme frequência.

As pessoas apresentam dificuldades, em serem resilientes em relação às pressões que sentem em todos os sentidos de suas vidas. Infelizmente neste momento a consciência se mostra ausente, fica difícil perceber que essas provas se aproximam para torná-los mais fortes e amadurecidos. Por este motivo muitos negam esse crecimento psíquico e se auto-abandonam.
São inúmeras as formas que esse vazio pode se manifestar, na maioria das vezes é no momento que a vida cobra o lado adulto de cada pessoa. Presentes neste estado, as pessoas buscam seus mecanismos de desfesa como, por exemplo, a compulsão alimentar que é uma forma de "saciar" este vazio emocional.

O auto-abandono está vinculado com a solidão do mundo interno e externo. Já o amor próprio está em união com a solitude, que significa o momento de aceitação, acolhimento e introspecção que cada um pode ter consigo mesmo.


Todos nós temos um lado que precisa ser trabalhado e desenvolvido, onde ficam registradas as nossas angústias, ansiedades entre outros aspectos do nosso comportamento, que uma hora teremos que lidar. Não podemos viver adormecidos ou buscando anestesias externas para o que muitas vezes está na nossa frente, mas insistimos em fechar os olhos com um medo ilusório de não aguentarmos. Jamais vamos passar por provas que não podemos suportar, se está acontecendo é porque existe sim esta capacidade dentro de cada um de nós.


Entrar em contato com o nosso lado sombra, ou seja, nosso lado negativo é uma maneira de nos aceitarmos da forma que somos. Esta aceitação vai trazer o acolhimento, e a tranquilidade de um futuro de semeadura, mas para isso acontecer é preciso acreditar em si mesmo.


Importante enfatizar que o abandono de si, evita o contato sadio entre outras áreas de nossas vidas como a social, amorosa e profissional. Esses campos andam conforme nos vemos por dentro. Se nos vemos de uma forma negativa, esse todo vai paralisar. Ao contrário, quando estamos bem, em contato com nossas emoções, confiando em nossas potencialidades tudo flui de maneira transparente, harmônica trazendo à tona o discernimento para as nossas escolhas e a consciência do caminho certo a seguir.


Não é preciso correr atrás para que o externo cubra as falhas internas. Elas são preenchidas por nós mesmos, sem a necessidade de um companheiro ou um emprego que supra isso. Essa completude precisa iniciar-se de dentro para fora e só assim os outros elementos virão até você para somar e nunca diminuir.